sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

3º Domingo do Advento

13 de dezembro de 2020

Cor: Roxo

 

1ª Leitura – Is 61,1-2a.10-11

Exulto de alegria no Senhor.

Leitura do Livro do Profeta Isaías

 

1O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; 2apara proclamar o tempo da graça do Senhor. 10Exulto de alegria no Senhor e minh'alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa, ou uma noiva com suas joias. 11Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.

Palavra do Senhor.

 

O profeta revela a fonte de sua missão: Deus, que envia. Deus o envia a fazer a diferença, a usar outros critérios, a colocar Deus no centro. As feridas não são mais maldição, mas são para serem curadas. Os presos recebem liberdade e os cativos, redenção. É tempo da graça de Deus. Isso tudo na força do Espírito: é Deus mesmo que age. Deus transforma esse mundo através dos seus profetas.

 

Salmo – Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R. Is 61,10b)

R. A minh'alma se alegra no meu Deus.

46'A minha alma engrandece o Senhor,*

47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,

48porque olhou para a humildade de sua serva.*

Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada. R.

 

49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.*

O seu nome é santo,

50e sua misericórdia se estende, de geração em geração,*

a todos os que o respeitam. R.

 

53Encheu de bens os famintos,*

e despediu os ricos de mãos vazias.

54Socorreu Israel, seu servo,*

lembrando-se de sua misericórdia. R.

 

O Cântico de Maria proclama as maravilhas que o Senhor operou em seu favor: a transformação das realidades a partir do Seu amor.

 

2ª Leitura – 1Ts 5,16-24

Vosso espírito, vossa alma e vosso corpo sejam conservados para a vinda do Senhor.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses

 

Irmãos: 16Estai sempre alegres! 17Rezai sem cessar. 18Dai graças em todas as circunstâncias, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. 19Não apagueis o espírito! 20Não desprezeis as profecias, 21mas examinai tudo e guardai o que for bom. 22Afastai-vos de toda espécie de maldade! 23Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo – seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! 24Aquele que vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso.

Palavra do Senhor.

 

Não apagar o Espírito. Estar sempre em sintonia e relação com Deus. Tudo isso faz o próprio Deus ser o agente em nossa vida, santificando-nos e nos conservando puros em Cristo.

 

Evangelho – Jo 1,6-8.19-28

No meio de vós está aquele que vós não conheceis.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João

 

6Surgiu um homem enviado por Deus; Seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 19Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: 'Quem és tu?' 20João confessou e não negou. Confessou: 'Eu não sou o Messias'. 21Eles perguntaram: 'Quem és, então? És tu Elias?' João respondeu: 'Não sou'. Eles perguntaram: 'És o Profeta?' Ele respondeu: 'Não'. 22Perguntaram então: 'Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?' 23João declarou: 'Eu sou a voz que grita no deserto: 'Aplainai o caminho do Senhor`' – conforme disse o profeta Isaías. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: 'Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?' 26João respondeu: 'Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias.' 28Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.

Palavra da Salvação.

 

João, enviado por Deus, chama à conversão. Isso incomoda a quem não gosta de mudanças. O batismo na água é sinal de conversão, de compromisso com a mudança de vida. Para quem não quer mudanças, só alguns podem exigir e demonstrar essa necessidade: o Messias, Elias ou o Profeta, pois isso retarda o processo de conversão (que significa mudança de vida). Quem se considera perfeito, não precisa dos sacramentos; os que se entendem frágeis e pecadores reconhecem a força dos mediadores e das mediações de Deus. Os que atuam, enviados por Deus, reconhecem sua pequenez e apontam para o Senhor, por isso, proclamam a Palavra de Deus, anunciam e vivem a partir dos critérios divinos.

São Francisco de Assis lia o texto sagrado e imediatamente o colocava em prática, mesmo que não o tivesse entendido em sua profundidade. Aprendia a aprofundar o sentido e a prática na vida cotidiana, buscando seguir em tudo as pegadas e a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

23º Domingo do Tempo Comum

 

O Evangelho desse final de semana apresenta-nos a dinâmica do amor que corrige, ou seja, que rege com o(s) outro(s) a vida. Não se trata de “intrometer-se” na vida alheia, mas de ter ouvidos atentos à Boa Nova do Senhor, que indica o caminho da vida.

Quando alguém erra, corta a ligação com a Palavra, busca-se na regência fraterna, conduzi-lo novamente à comunhão. Nesse processo é dado à Comunidade o mesmo poder que foi dado a Pedro, ligar e desligar.

Na profecia de Ezequiel aparece a corresponsabilidade profética com o que erra, pois na omissão da profecia o erro recai sobre quem deveria ter ajudado o outro a tornar ao caminho de Deus. Há uma corresponsabilidade no processo de salvação, como há uma cumplicidade na perpetuação dos erros.

É a partir disso que podemos entender a reflexão paulina do amor. Quem ama se importa com a(s) pessoa(s) amadas, entrando na vida dela(s) com a força do amor, com a presença do Senhor.

Não se trata, porém, somente de palavras bonitas e interpessoais. O amor, a doação da própria vida pelos outros, como fez o Senhor, exige transformação, exige a volta ao caminho de Deus, à comunhão de pessoas e de comunidades.

Olhando para nossa sociedade, temos muito que fazer: há excluídos da comunhão, há falsificação da vontade de Deus, há desinteresse pelos outros... Há silenciamento diante do mal e do erro...

quinta-feira, 9 de julho de 2020

15º Domingo do Tempo Comum

12 de julho de 2020 – Cor litúrgica: Verde.

 

 

Sugestão de ambiente: uma vela acessa, uma flor, a bíblia aberta e lugar de destaque, sementes, terra, água.

 

Motivação inicial: Como Igreja doméstica, no lar rezamos e entramos em comunhão com Deus Trindade, modelo de nossa vida. Esse Deus que nos enriquece com sua presença e nos enche de graças, produzindo fruto em nós. Esse Deus também nos mantém em comunhão com nossa Comunidade eclesial, mesmo que, no momento, não possamos partilhar da presença uns dos outros.

 

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Canto: à escolha.

Trazer presente intensões pela qual se quer rezar!

 

 

1ª Leitura – Is 55,10-11

A chuva faz a terra germinar.

Leitura do Livro do Profeta Isaías

Isto diz o Senhor: 10assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.

Palavra do Senhor.

Graças a Deus!

  

Salmo – Sl 64,10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)

R. A semente caiu em terra boa e deu fruto.

 

10Visitais a nossa terra com as chuvas,*
e transborda de fartura.
Rios de Deus que vêm do céu derramam águas,*
e preparais o nosso trigo. R.

 11É assim que preparais a nossa terra:*
vós a regais e aplainais,
os seus sulcos com a chuva amoleceis*
e abençoais as sementeiras. R.

 12O ano todo coroais com vossos dons,*
os vossos passos são fecundos;
transborda a fartura onde passais,*
13brotam pastos no deserto. R.

 14As colinas se enfeitam de alegria,*
e os campos, de rebanhos;
nossos vales se revestem de trigais:*
tudo canta de alegria! R.

  

2ª Leitura – Rm 8,18-23

A criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus.

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos: 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até ao tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo.

Palavra do Senhor.

Graças a Deus!

  

Canto de aclamação: à escolha.

 

Evangelho – Mt 13,1-23

O semeador saiu para semear.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: 'O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!' 10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: 'Por que tu falas ao povo em parábolas?' 11Jesus respondeu: 'Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. 14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: `Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure'. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram. 18Ouvi, portanto, a parábola do semeador: 19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta.'

Palavra da Salvação.

Glória a Vós, Senhor!

 

Refletindo sobre a Palavra: A primeira leitura nos mostra o carinho de Deus por nós, enviando sua palavra que produz seus frutos em nós. Podemos nos perguntar sobre esses frutos: quais são, como os identificamos...? O Salmo canta que é a ação de Deus que dá vida, sua presença traz abundância. Podemos perguntar: que tipo de presença é a de Deus? Abundância de que Ele traz? A segunda leitura nos adverte que o tempo presente, com as decisões e opções atuais não estão conforme a vontade de Deus, trazendo escravidão da corrupção: o que se espera dos filhos e das filhas de Deus? O Evangelho, com a parábola do semeador, traz a advertência da escuta e do olhar, qualificados com o “ser sensível”: o que isso nos provoca?

 

Renovação da fé: Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

 

Pode-se fazer um momento de preces e de ofertório da vida.

 

Canto: à escolha.

 

Bênção (apresentamos a bênção de Santa Clara de Assis):

O Senhor vos abençoe e vos proteja!
O Senhor faça resplandecer sobre vós a sua face!
O Senhor vos dê sua misericórdia!
O Senhor volva para vós seu olhar e vos dê a paz!
O Senhor derrame sobre vós as suas bênçãos e no céu vos coloque entre os Santos!
O Senhor esteja sempre convosco e vós estejais sempre com ele!

Amém!

 

 


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Conceito de liturgia

A palavra "liturgia", em sua origem grega, designa o serviço ou o designo de um serviço prestado em favor do povo, feito de forma pública.
Na Sagrada Escritura, assume, no Primeiro Testamento, o significado, além de serviço em favor do povo, de serviço prestado a Deus, com uma escolha de homens para a função de realizar a obra divina, no culto a Javé, feito a partir de normas regulamentadoras.
A partir do Segundo Testamento, é concebida como serviço a Deus e à Comunidade. Sendo usada no Oriente como designação específica da Celebração Eucarística. No Ocidente, começará a ser usada no século XVI e, de modo especial com a Reforma, será indicadora de celebração cúltica a Deus.
Não se pode esquecer que, sob influência do AT, a liturgia se rege por normas que a legitimam como celebração divina da Comunidade, ao mesmo tempo em que abre espaço para a vida própria de cada Comunidade perpassar o ato litúrgico. Com isso se quer dizer: criatividade litúrgica não significa fazer mudanças rituais, mas significa inserir a vida comunitária (eclesial, social, familiar...) na celebração do Mistério pascal de Jesus Cristo, para tanto é necessário conhecer profundamente o sentido dos ritos litúrgicos e a vida da Comunidade.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

1Cor 11: olhando para a comunidade

São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, nos coloca uma situação pontual, mas que tem repercussão no global da vida da Comunidade dos Fiéis: existem divisões, a celebração está desconectada da vida, não se sabe discernir o Corpo do Senhor.
A comunidade de Corinto estava reproduzindo em suas celebrações a estrutura social daquela cidade e daquela cultura. São Paulo repreende a Comunidade: os cristãos não devem pautar-se pelos valores sociais, mas pelo Evangelho.
A celebração eucarística deve transformar a vida dos fiéis. Ela deve conectar-se com o cotidiano, não para simplesmente trazer o cotidiano para dentro da celebração, mas para iluminá-lo à luz da Palavra de Deus, à luz da prática do Evangelho, transformando o que não está de acordo com os ensinamentos de Jesus de Nazaré.
Discernir o Corpo do Senhor, não significa simplesmente ter consciência de que a Eucaristia é o Corpo e o Sangue do Senhor, mas é saber-se pertencente a um Corpo, cuja Cabeça é o Cristo, e portanto, se um membro sofre todo corpo sofre. Não há espaço na comunidade para diferenças tão gritantes (enquanto uns ficam bêbados outros passam fome). Discernir o Corpo do Senhor é levar para o cotidiano um modo de vida cristão. Transformar as realidades com os critérios do Evangelho.